Encontramos o professor Mauricio Matos Gurgel, uma pessoa com tamanha simpatia e amor no que faz. Ele foi um grande amigo do sr Hermes Nascimento e foi o responsável pela melodia do Hino Oficial do Município de Cabedelo.
Fomos a sua procura para verificarmos se em sua posse teria a cópia da gravação do Hino Oficial de Cabedelo, que sumiu da Câmara Municipal de Vereadores de Cabedelo e da sua Prefeitura. Porém o mesmo informou que infelizmente não tinha, só o que tinha era a letra e sua partitura.
Mostramos para o maestro o hino que estava no site da Prefeitura de Cabedelo, o mesmo ficou chocado com o que estava ouvindo, uma versão totalmente fora da melodia que foi criado, com a letra trocada e com um portugûes de péssima qualidade.
E com a sua sensibilidade neste caso, o maestro propôs a regravação do Hino Oficial de Cabedelo com seu coral e de imediato agradecemos a proposta feita.
Conseguimos mais um integrante importante nessa luta...
Segue abaixo um resumo da história desse grande Maestro:
Ele nasceu no Ceára, mas tornou-se paraibano por paixão. Com 58 anos de carreira, o Maestro Maurício Gurgel já formou tês gerações de músicos e foi o responsável pela criação dos principais corais do estado.
Desde criança, já participava do coral de sua escola, onde demonstrava talento. Chegou a ensinar flauta aos seus amigos de sala de aula. Desde os 15 anos ja lecionava música,ao chegar na idade adulta, entrou para o Conservatório de Música do Ceará, onde aprendeu a compor para um coral. Chegou em João Pessoa em 1960, com seus 28 anos de idade, para fazer o Curso Superior de Educação Musical. O maestro disse parar no lugar certo, quando refere-se à João Pessoa, e completa: "A Paraíba é um grande celeiro de músicos muito talentosos e é uma pena que a maioria não encontre espaço por aqui, tendo que ir para outros estados e até Países".
Fundador dos corais do Colégio Lourdinas, Colégio das Neves, , Pio XII, Ipê (hoje chamado de Unipê), do Seminário Arquidiocesano, da então chamada Escola Técnica (hoje chamada IFPB), da cidade de Guarabira, Vozes do Sanhauá, entre outros. Na então Escola Técnica o Maestro ensinou por 23 anos, também foi diretor da escola de Música Antenor Navarro por 15 anos. Quando se aposentou em 1991, criou sua escola de música e seu próprio coral, Vozes do Sanhauá. "Dediquei toda minha vida a música e não podia ficar parado só porque me aposentei, não iria conseguir ficar sem fazer nada."
quarta-feira, 23 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Família de Hermes Nascimento quer resgatar sua memória, seu legado e receber os direitos autorais sobre o Hino Oficial de Cabedelo.
Um documento firmado pelo autor do hino e a Prefeitura de Cabedelo garante a Hermes Nascimento, um repasse financeiro durante 60 anos (1993/2053). A prefeitura é devedora desde então.
Nascido em 09/07/1927, na cidade de Cabedelo, Hermes Nascimento faleceu com 74 anos, em 13/10/2001, vítima de falência múltipla dos órgãos, provocada por complicações renais que lhe rendeu uma forte anemia. Grande incentivador da cultura popular, Hermes produziu e deixou uma excelente contribuição a cultura da cidade portuária paraibana.
Foi o autor do Hino Oficial de Cabedelo, poeta, cordelista, folclorista, romancista e ator. Publicou vários cordéis, com destaque para: “Cacique Arinê sua vida e sua história”, “Meus Poemas na visita pastoral” e Abraão o vingador".
Em 1952, foi o responsável por resgatar a Nau Catarineta que estava parada desde 1941. Mesmo doente, ainda ajudou Tadeu Patrício em um novo resgate da barca no ano de 2000/2001, repassando seus conhecimentos e as melodias aos participantes desta nova formação. “Mesmo com a saúde precária, dificultando até minhas caminhadas, eu não vou medir esforços para levar em frente o trabalho da Nau Catarineta, uma das manifestações mais ricas da nossa cultura popular.” Disse Hermes em entrevista a um jornal local naquele momento.
Alem da Nau, o folclorista foi responsável pela fundação de grupos de ciranda e coco-de-roda em Cabedelo. Na ciranda pode ser classificado como um inovador. “Pesquisei muito sobre a ciranda e criei uma nova coreografia, sem sair de sua origem”. Dizia ele. Hermes levou o folclore nordestino e a barca cabedelense para o Rio de Janeiro, onde morou durante 12 anos. Trabalhou como palhaço em um circo. Fez algumas participações em novelas e no Sitio do Pica-pau Amarelo na Rede Globo, onde também atuou.
De próprio punho, deixou registrados dois manuscritos. Um deles, “Nau Catarineta de Cabedelo 1910/1952” que, por iniciativa de Maria Ignez Novais Ayala, foi publicado com recursos do FIC em 2004. O outro é uma autobiografia denominada de “História de Vida” "Memória de um Folclorista e "nau Catarineta, Manuscrito por ele 1954 a 1999 e que a família busca apoios para publicá-la.
Mesmo com toda sua obra e contribuição as artes e a cultura do município de Cabedelo, Hermes morreu pobre e amargando um enorme ostracismo. Sua obra, sua história, seu legado e sua família, continuam esquecidos até o momento. Por iniciativa do filho caçula, Eros Nascimento, a família se move para resgatar a sua memória, sua historia, sua arte e seus direitos autorais, que mesmo garantidos no termo de cessão, nunca foi repassados a sua viúva e filhos.
A história do Hino Oficial de Cabedelo é a história da persistência do poeta que lotou de 1974 a 1992 pelo reconhecimento de sua mais cara criação: o símbolo sonoro oficial de Cabedelo. O hino foi criado atendendo a um pedido do então prefeito Francisco Xavier Borges de Sousa, que procurou um poeta da cidade para criar o hino oficial. Hermes produziu a letra “Ode à cidade de Cabedelo” que foi musicada pelo então diretor da Central de Música da Paraíba, Maestro Maurício M. Gurgel.
O primeiro projeto de lei criando oficialmente o hino foi encaminhado a câmara pelo prefeito Francisco Xavier, mas, foi bombardeado pela oposição sistemática dos vereadores da época. O chefe do executivo chegou a gravar uma fita cassete onde o hino era cantado pelo coral da Igreja Batista, acompanhado por uma banda na sua primeira exibição pública, cerimônia de posse do prefeito Francisco Figueiredo de Lima. O projeto permaneceu engavetado na câmara de 1974 à 1983.
Por iniciativa do Vereador Benedito Ribeiro (Benedito Vaca Brava), o assunto volta a ser discutido no final de 83. Uma nova propositora foi apresentada pelo edil tentando instituir o hino criado por Hermes Nascimento e, mas uma vez, o projeto ficou engavetado. O mesmo aconteceu com a iniciativa da então vereadora Raimunda Landeslau Dornelas que apresentara em 20/04/1985, um requerimento solicitando a instituição do hino oficial da cidade.
Argemiro Souto Maior, presidente da casa, através da portaria 24/85 de 12/11/1985, resolve criar uma comissão espacial, composta pelos vereadores Devid Diniz, Alberto Mágno e Edna Nascimento, para apresentarem parecer sobre a instituição do hino em tramitação naquela casa. O requerimento da vereadora não foi atendido e o assunto permaneceu adormecido até 1990.
Em 16/11/1990, um novo projeto foi lido em plenário. Desta vez, por iniciativa do vereador Manoel Ferreira da Silva que protocolou o PL 024/90, visando instituir o hino. O mesmo foi aprovado em única discussão no dia 28/04/1992. O projeto deu origem a Lei 657/92, sancionada pelo prefeito Sebastião Plácido de Almeida e publicada no Diário Oficial do Estado em 28/05/1992. A letra do hino oficial de Cabedelo, de autoria do saudoso Hermes Nascimento foi registrada no Livro B-223 sob o número 68.589 em 29/03/1993, no Cartório Toscano de Brito.
Um “Termo de Cessão de Direitos Autorais” foi lavrado e assinado pelo então prefeito José Francisco Régis e o autor da obra, Hermes Nascimento, em 23 de abril de 1993. Pelo instrumento de cessão (publicado a baixo) Hermes se compromete em averbar sua obra em cartório e a ceder a prefeitura de Cabedelo, por tempo indeterminado, seus direitos sobre ela, mediante o pagamento de Cr$ 15.000.000,00 (quinze milhões de cruzeiros), em uma única vez, no máximo 10 dias após a assinatura do referido termo, bem como, remuneração por um período de sessenta (60) anos, a contar de 23/04/1993 à 23/04/2053, como indenização pela utilização do hino criado por Hermes.
Segundo Hermes declarou em entrevista antes de falecer, Zé Régis ainda se comprometeu em lhe construir uma casa para abrigar sua família. “Até o momento não recebi nenhum tostão de meus direitos autorais, ficou só na palavra! Terminou o mandato e ele não me deu nem a casa que prometeu para me abrigar com meus familiares”. Cobrou Hermes se lembrando da promessa do prefeito, em entrevista antes de falecer.
O termo existe, a família está de posse do mesmo e vai procurar na justiça que a prefeitura cumpra com o que ficou acordado, inclusive, repassando a viúva e filhos, todo o atrasado. Hermes foi casado com Dona Lindalva do Nascimento com quem teve treze filhos, dez deles ainda estão vivos e morando na cidade. Ela conta que, no governo de Dr. Junior, foi contemplada com uma casinha, onde reside com dois filhos, nora e netos. Um dos filhos que com ela habita, está acometido de uma doença ainda não identificada e que está lhe tirando a visão e audição.
Vivendo de uma aposentadoria de um salário mínimo, dona Lindalva passa por necessidades. A casa que lhe foi doada é fruto de um programa habitacional da PMC e de tão pequena, não acomoda a contento, os parentes que moram com ela. Confidencia que às vezes sente-se envergonhada ao receber visitas ilustres. As fotos publicadas abaixo não deixam dúvidas de suas condições atuais e, não reflete a grandeza do grande criador, incentivador e divulgador da cultura local, que foi seu esposo, Hermes Nascimento.
A cidade portuária e até o Estado da Paraíba, tem o dever de resgatar a história, a memória e a obra de Hermes Nascimento, bem como, a dignidade e a auto-estima de sua família. Eros Nascimento em parceria com outro membro da família Gilson Mattos e, visando promover o resgate do legado deixado por seu pai, criou um site na internet e procurou o Radialista e jornalista Aguinaldo Silva para ajudá-los neste resgate.
Um projeto de lei denominando de Rua Hermes Nascimento, uma artéria da cidade, vai ser encaminhado na Câmara pelo vereador Jonas Pequeno. Uma audiência com o secretário estadual de cultura, Chico Cezar, está sendo agendada por Aguinaldo Silva, visando sensibilizar o gestor cultural do Estado para ajudar no resgate e na publicação da autobiografia escrita por Hermes, de próprio punho e onde conta toda sua trajetória como ativista cultural. E, a justiça será procurada para restabelecer aquilo que ficou acordado no “Termo de Cessão de Direitos Autorais” firmado por Hermes e a Prefeitura de Cabedelo para uso do Hino Oficial, por ele composto.
“Chorei ao receber o e-mail de Elos Nascimento e Gilson Mattos, me pedindo ajuda para o resgate do legado de Hermes. Minha resposta foi imediata. Quero sim contribuir. Eu trabalhei seis anos no mandato popular do então deputado Ricardo Coutinho, onde tive o prazer de conhecer Chico Cezar. Sabedor de sua sensibilidade e de seu compromisso cultural, eu tenho a certeza de que contarei com ele, não só para ajudar a família, quem sabe, com um show beneficente de lançamento de seu novo trabalho na fortaleza, como também, no resgate a memória de Hermes Nascimento e na publicação de sua autobiografia”. Afirma Aguinaldo Silva.
Faço minhas as palavras de João Eduardo Cardoso Lourenço, quando prefaciou a autobiografia que nunca foi publicada, a pedido de Hermes. “Hermes é então um personagem interessantíssimo de sua própria obra, nesse nosso país desmemoriado, de cavalos criados a alfafa e mel, cujos tratadores passam fome, da exploração do trabalho e tantas outras mazelas aparentemente incuráveis, por mais que os anos passem”. Disse João Eduardo em seu prefácio. Sem comentários.
Clique Aqui para acessar o site criado por Eros Nascimento e Gilson Mattos, respectivamente, filho e esposo da neta do poeta, folclorista, cordelista, ator e autor do Hino Oficial de Cabedelo. Voce também pode contribuir! Não fique parado!!!
Texto: Aguinaldo Silva
Foto e documentação: Acervo familiar.
Veja o e-mail de Eros para Aguinaldo Silva, a reposta do jornalista a Eros e várias fotos e documentos do acervo familiar.
INTEGRA DOS E-MAILs:
Caro Agnaldo Silva,
Boa Noite!!
Gostaria de sua ajuda para divulgação do meu bloggerhttp://opoetadecabedelo.blogspot.com.br e de um artigo em seu maravilhoso site, o www.cabedelonarede.com.br divulgando nossa página.
Neste meu blog, tento resgatar a cultura de Cabedelo deixada de lado pela atual Prefeitura e vamos mostrar a história de um grande cabedelense o Sr. Hermes do Nascimento, autor oficial do hino de Cabedelo e restaurador da Nau Catarineta de Cabedelo-PB que a prefeitura deixou de lado.
Tenho em mão toda sua história e feitorias para personalidades, prefeitura e amigos. Tenho também em mão documentos de um acordo de direitos autoriais do hino de Cabedelo com a Prefeitura que não são pagas desde 1993.
Gostaria também se for possível falar sobre o que o Sr Hermes fez para cidade, pois a maior causa é cobrar da Prefeitura o reconhecimento deste patrimônio da cidade, com um nome de rua, nome de uma escola ou um centro cultural com o nome deste grande poeta.
E mencionar o blog http://opoetadecabedelo.blogspot.com.br/ e a colaboração do filho caçula do Sr. Hermes, que se chama Eros do Nascimento, conhecido popularmente como Tita, que está lutando em busca de reconhecimento do seu falecido pai.
Tenho muitas outras situação para discutir com você, se for de seu interesse por favor, entre em contato via e-mail ou telefone.
Link do Blogger: http://opoetadecabedelo.blogspot.com.br/
Tel: 083 8786-6223.
Obrigado pela atenção,
Gilson de Mattos / Eros do Nascimento.
RESPOSTA DE AGUINALDO SILVA
Caro Gilson e Eros Nascimento,
Primeiramente, parabéns pelo blog e pelo resgate da história deste grande nome da cultura cabedelense que, como voce mesmo identifica, foi esquecido pelo poder publico. Hermes Nascimento merece sim todas as homenagens feitas por esta cidade. Foi um dos primeiros a divulgar, lá fora, o nome de nossa querida Cabedelo. Cheguei aqui em 1988 para trabalhar de cobrador na Roger e me instalei no Renascer, ajudei a fundar o KORPALMART (grupo de teatro que fazia a paixão de cristo naquela comunidade) e fundei o MCR Movimento Cultural Renascer. Gostaria muito de contribuir com suas pretensões e podem contar comigo. Vou publicar na próxima segunda feira uma matéria sobre o Hermes e o que voce está fazendo. Mande-me mais informações, fotos, tudo o que voce poder para que eu possa fazer uma ótima matéria. Quero saber data de sua morte, seus feitos, sei que ele trabalhou na Globo, se tiver foto me mande. e conte comigo no que voce achar que possa eu fazer. Vamos juntos Falar com Chico Cezar para que ele conheça a história de Hermes e possa, junto conosco, promover esse resgate a sua memória e ajudar sua família. Tenho certeza que ele contribuirá.
Meus contatos: Aguinaldo Silva 8640-5013 9992-9653 twitter @naldomcr Face www.facebook/naldomcr
Contem comigo.
Sou ativista cultural, autor de literatura de cordel, ator, compositor e amante da cultura popular. Essa tarefa é para mim, questão de honra. Quero e desde já me comprometo em ser mais um nessa luta. Vamos em frente.
Aguinaldo Silva.VEJA ABAIXO FOTOS, MATERIAS PUBLICADAS EM JORNAIS E OUTROS DOCUMENTOS DO ACERVO FAMILIAR DE HERMES NASCIMENTO.
Declaração da Câmara da tramitação do Projeto do Hino
Portaria de Argemiro S. Maior criando a Comissão
Projeto de Lei que criou o Hino
Letra do Hino anexada ao projeto
Diário Oficial onde a Lei e o hino foram publicados
Letra oficial registrada em Cartório pelo autor
1ª pagina do termo assinado pelo prefeito e o autor
2ª pagina do termo assinado pelo prefeito e o autor
3ª pagina do termo assinado pelo prefeito e o autor
Artigo 1º do termo onde se ler a contrapartida devida a família
Capa de um dos cordéis de autoria de Hermes
Viuva de Hermes e o Filho deficiente visual
Casa doada a família na gestão de Dr. Júnior
Como vive hoje a família
Recortes de Jornais
Capa de um de seus cordéis
Sala de visitas de Dona Lindalva
Dormitório da viuva de Hermes hoje
A cozinha de Dona Lindalva
Eros Nascimento - Filho caçula de Hermes
Com muita dificuldades a família tenta ampliar a casinha
Dona Lindalva se emociona em entrevista a Aguinaldo Silva
Tivemos que parar a entrevista para conter sua emoção
Prefacio de João Eduardo Cardoso
Contra capa de seu livro publicado pelo FIC em 2004
Hermes Nascimento
Tadeu Patrício e Hermes Nascimento
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